quarta-feira, 22 de junho de 2016

24º dia

As coisas vão clareando com o tempo. O que se pode dizer? As palavras, essas criaturinhas mágicas de vida própria que são absolutamente poderosas, são as ferramentas mais eficazes para atingir o coração... mas ainda sim, pondero.

Estou convencida de que há raízes profundas que não deixarão a árvore cair. Por mais que os ventos a deixem extremamente balançada.

Assim, afirmo: o tempo é magnífico. O tempo, o acaso, o destino. Das grandes questões da humanidade, a passagem do tempo está sempre como plano de fundo. Pq nesse tempo? Pra onde vamos depois do tempo? Que tempo há no pós-vida? enfim... 

E, escravos que somos, decidimos o que fazer com nosso tempo, como se a nós pertencesse. Grandes dominadores do incontrolável nós somos. E se fosse outro tempo? E se tudo fosse diferente num início distante? E se tivéssemos um tempo extra - fora desse tempo, mas ao mesmo tempo?

Sim, há a resignação aqui. Não há o que fazer. Sabe a história de se banhar no rio uma única vez? Sim. É assim. E aquela árvore, e aquela raiz, e aquela estrutura e aquela história... estarão lá ainda por muito t e m p o.

Nos universos paralelos onde acordamos num hotel nas Ilhas Maldivas esperando o café da manhã do cinco estrelas não há tempo, nem medos, nem perigos, nem sonhos demais. 

Só um outro tempo. Incontrolável, inexorável...

impossível.



quarta-feira, 15 de junho de 2016

17º dia

Eis aí. Ela estava em uma encruzilhada. Dali por diante seria um rótulo ou outro. A indecisão, já se ouviu dizer, é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que deveria querer outra coisa. 

É absolutamente natural sentir-se pressionado pelo peso da decisão. Há quem diga que algumas atitudes podem ajudar: 

1 - Peça ajuda.
Um olhar imparcial pode ser importante antes de se decidir. Mensurar as consequências das nossas ações não é tão claro para nós quando estamos ansiosos e afobados. Um amigo chegado, um parente... podem ser um ponto de vista sensato muitas vezes.

2 - Pese com cautela
Se preferir tomar a decisão sozinho, lembre-se de admitir pós e contras. Se posicionar com aquele olhar imparcial pode ser bem difícil. Mas é possível, se racionalizar bem a situação. Observar todos os ângulos é sempre a melhor atitude.

3 - Pense menos
Não digo isso em favor da impulsividade. Digo que se o pensamento estiver te consumindo, deve tentar pensar em outra coisa. O excesso de tempo gasto em redor de uma decisão pode desgastar sua mente e trazer prejuízos ao juízo de valor. Vá ler um livro. ( e escolha bem que livro ler )

4 - Fique frio 
Ter domínio próprio é o mais difícil dos frutos do espírito. Acho que qualquer um é capaz de confirmar isso. Mas controlar as emoções é a parte mais importante. Esteja o mais calmo possível antes de bater o martelo afinal.



Tudo pra dizer que ela não sabe o que fazer. E que precisa de tempo para seguir esses passos.
Ela não gosta de rótulos, são eles que a assombram.
Sorte para ela. 
Sorte para nós.


"Não existe vento favorável para quem não sabe para onde deseja ir."
Arthur Schopenhauer


segunda-feira, 13 de junho de 2016

15º dia.

Hoje na volta pra casa presenciei uma situação interessante. Observar as pessoas pode ser um passatempo reflexivo, apesar de andar meio fora de moda - as cabeças estão todas curvadas para os espelhos negros.

A menina, 16 anos talvez, vestia jeans velho, tinha a barriga de fora e chinelos. Era bonita, ainda assim. Comia um salgadinho Torcida, conversava com sua amiga. Então, um vendedor ambulante passou e perguntou 'me conhece?', ela juntou o charme que possuía para dizer que não... ele vendeu mais o seu peixe, olhou pra ela, sorriu. Sorriram. Ele foi embora.

Ela ria-se disso e passou a contar que no outro dia um moreno alto e musculoso com tatuagens e olhos verdes tb vendedor piscava para ela enquanto oferecia seu produto. Daí a cantada irresistível: 'alguém mais? estou indo para o outro vagão!' e repetia... e ela... 'ele achou que eu ia dizer alguma coisa... hahahah eu não disse nada. Só pensei: sai pra lá, carcaça! Que menino perturbado!'

Ao observá-la não fui capaz de deduzir de onde vinha ou para onde ia aquela hora da noite com sua amiga. Mas via-se por sua fala que não havia nada de substancial em sua existência. Mais uma mente levada pelas circunstâncias. E ela julgou que rapazes, mesmo os bonitos, que se interessassem por ela seriam perturbados, problemáticos, como continuava a dizer.

A reflexão que me provocou foi essa mesmo. A jovem não tem perspectiva sobre si mesma, nem sobre o amor, nem sobre nada. Escolheu viver sendo levada por circunstâncias. E quem não duvida, já disse Descartes,não pensa. Nem sequer existe.

Talvez a conclusão seja precipitada. Mas, se não ela, certamente muitos naquele vagão estão a viver suas vidas sem questionamentos, sem reflexão. Marionetes que escolheram ignorar as cordas que os prendem e só dançar a música. É angústia e dor ser senhor de si mesmo. E há de se concordar que  ninguém quer viver angustiado e dolorido.

Pensei em mim mesma, na minha juventude, no amor que tenho pela minha família e pelo meu marido. Minhas reflexões alcançam a profundidade que deveriam? Meus argumentos sustentam uma postura de vida? Até que ponto? Vale a pena angustiar-se? Pois a libertação é loucura, o mito garante.

É natural o desejo por abrir os olhos, por dizer a ela que o amor juvenil pode ser lindo e ir muito além de superficialidades... quis sentar e contar que está perdendo tempo em se comportar como um objeto e não deixar que o amor, ou as paixonites, sejam saudáveis para si mesma como menina, como estudante (pra crescer), como alguém com auto estima elevada, sorrisos e paz para o espírito. Mesmo que ainda como marionete.

Lembrei desse trecho de 'A insustentável leveza do ser'... se estiver lendo, amiga, lembre que vc pode ter uma nova postura diante da vida e sair do status de incontável para o de única. Valorize a si mesma e a seu corpo. Liberte sua mente e cresça. E crescer, que será? Descubra...

Tomas pensava consigo próprio que ir para a cama com uma mulher e dormir com ela são duas paixões não só diferentes como quase contraditórias. O amor não se manifesta através do desejo de fazer amor (desejo que se aplica a um número incontável de mulheres), mas através do desejo de partilhar o sono (desejo que só se sente por uma única mulher). 

Milan Kundera

sábado, 11 de junho de 2016

Dia 13... de um milhao.

E que dia!
Nemo Félix Est omnibus horis

E vamos de prova de Latim que eh melhor.... rs

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Dia 10 (dez?)

O dia começou bem... e quando começa bem é porque vai ser ótimo!

Hoje uma amiga compartilhou uns arquivos de música! Vontade de beija-la no boca! De tantas coisas boas que tinham ali! Algumas breguices, mas várias coisas legais tb!

Humanoooosssss - Até Quando - Oficina G3 foi uma dessas canções e outras e mais outras tantas do Kirk Franklin, da F.Brum que eu tb adorooo!

Eu quase chorei ouvindo essas canções... engraçado como a música nos remete a sensações de certo tempo: da adolescência, do tempo sem responsabilidades...

Uma que eu gosto muito (mais da versão em inglês do que em português) é Incondicional, do G3 mesmo... ouve comigo?

Troquei as cores, ao redor pra te mostrar
Criei formas, pra fazer você ver e entender
Eu tentei falar, dando sons a minha voz
Você não me ouviu, mas continuo a te esperar

Eu acredito em você
Ouça a minha voz
Te estendo minhas mãos
Meu amor é incondicional

Quero fazer, nascer o sol de um novo dia pra você
Trazer a minha luz, pra te mostrar os meus caminhos
Eu vou estar sempre aqui esperando por você
Eu não me cansarei de te mostrar...

Que eu acredito em você
Ouça a minha voz
Te estendo minhas mãos
Meu amor é incondicional

Quanto tempo mais? 
Qual a prova maior, que a cruz?
Me entreguei por ti, esta é a prova maior, de amor...(2x)

Eu acredito em você
Ouça a minha voz
Te estendo minhas mãos
Meu amor é incondicional.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Dia 8
(Desejando voltar ao dia -1)

Hoje percebi como posso ser superficial... há temas profundos que não sou capaz de entender... mesmo depois de alguma reflexão.

Mas, ao mesmo tempo, sei que estou além de outros... e aquém de muitos mais.

Estudar eh essencial pra quem quiser se perceber, entender o mundo em volta, viver em sociedade com alguma noção do que está acontecendo.

Eh melhor ser alienado e feliz ou esclarecido e angustiado?
Quem poderá nos responder?

domingo, 5 de junho de 2016

As cinco linguagens do Amor

Dia sete - se fosse fácil, não seria um desafio. (Não é fácil... já diria Marisa Monte)


O dia amanheceu com nuvens, mas está lindo como deve ser!
O friozinho convida a leitura, que chama ao cappuccino, que lembra livraria... mas em casa é o melhor lugar pra estar.

Faz sete anos hoje desde o dia que eu disse SIM para meu namorado. Ele recebeu de mim uma camiseta com uma bateria desenhada e no bumbo o desenho do 'yes' que ele tanto esperava. Agora contando parece ser bem breguinha, mas foi legal. rs

Do namoro, o casamento. Das ferramentas para se manter um casamento, o diálogo é a mais importante. As cinco linguagens do amor (Gary Chapman) explicam cinco modos de linguagem que nos ajudaram muito há alguns anos.

O objetivo é manter o 'tanque do amor' do outro cheio e, quando ele se compromete a fazer o mesmo,  o casamento só tende a melhorar.

Das cinco, temos: Palavras de Afirmação, Toque Físico, Tempo de qualidade, Atos de Serviço e Presentes.
O desafio é identificar no outro em qual das linguagens ELE se sente mais amado, quais são as SUAS atitudes que fazem o outro sorrir.

Todos temos, claro, um pouco de cada linguagem. É o caso de identificar qual seja a predominante ou mais importante pra nós. Aqui, acima, a minha ordem. Vejamos melhor cada uma:

Palavras de afirmação: já Eva no paraíso se entendia nessa linguagem. As palavras são ferramentas poderosas de atração e convencimento. No casamento, declarações, cartões, textos, demonstrações públicas de afeto e sobretudo os elogios (bem elaborados) são essenciais para encher o tanque do outro. As palavras são poderosas em seus efeitos e a ausência delas pode ser bastante prejudicial.

Toque Físico: creio que não caibam aqui muitas explicações, os beijos, abraços, mergulhos, carinhos são importantíssimos para a saúde do matrimônio. Claro, sem especificar muito as questões sexuais, que, sem dúvida, são alvo de grandes discussões. Gary, em seu livro, afirma que o tanque do amor cheio alcança também essa área e produz uma vida sexual saudável e intensa.

Tempo de qualidade: creio que pra mim aqui há um empate com a linguagem anterior... esse tempo tem a ver com estar juntos em frente a televisão, em uma exposição, em um teatro ou café. Por vezes não há nada que ser dito, apenas a companhia a capaz de preencher esse tanque e trazer satisfação. Nem sempre será preciso, necessariamente, sair de casa pra se ter esse tempo. Mas, existindo atenção e atenção, haverá riqueza nesta forma de comunicação.

Atos de serviço: eis aí meu desafio. Não é essa ABSOLUTAMENTE minha linguagem predominante, mas a do meu esposo é. Fazer refeições elaboradas, arrumar a casa de uma forma especial, servir ao outro com ações de serviço é a linguagem dele... que eu não sabia falar. E, assim, levei algum tempo pra entender que essas pequenas coisas (que desgastam muito fisicamente, vamos combinar) é que enchiam mais o tanque de amor dele. Ôxi. Já morava sozinha, fazia as coisas quando queria, agora ele quer que eu aja ? Ai ai... foi um tempo tenso. Hoje já nos arranjamos e eu não entro na cozinha pra nada. (odeio cozinhar) mas entendi muitas outras ações que são favoráveis a esse aspecto.

Presentes: sim, presentes. Todos amam ganhar presentes. Eu também. Mas tem muito mais por trás de um embrulho do que só o presente. Eu amo ganhar um presente com um cartão, uma dedicatória. Alguma coisa que o outro pensou que eu fosse simplesmente AMAR baseado nos meus interesses, nas minhas vivências.  Eu ganhei um livro maravilhoso uma vez que tinha uma dedicatória de duas páginas. Eu não leio o livro com tanta frequência, mas recorro à essas páginas escritas para sentir de novo aquelas emoções. Sim, sou meio brega. Me pendurem numa cruz e taquem pedras. Essa sou eu.

Enfim, o que eu venho sugerir é que identificar a linguagem do outro e estimular que faça o mesmo são ações importantes para o casamento. Na minha vida funcionou, você poderia tentar na sua também.

E que todo dia a gente aprenda a amar o outro mais e melhor.

(amo esses versos... quem fala a linguagem do outro, nunca estará só.)

Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os olhos mudem de cor
 

(Vanessa da Mata - Não me deixe só)


   



sexta-feira, 3 de junho de 2016

Redundância

Dia seis.


Ele bebeu, ele dirigiu.
Ele bateu no meu carro. Ele gritou, discutiu... fugiu.
Ele me viu, viu minha filha. Se desculpou, tropeçou. Saiu.

Redundância dizer: se for dirigir, pelo amor de Deus, não vá beber.

Ser feliz com o que se tem!

Bom dia! As cores do céu pela manhã me fizeram sorrir... já admirou o céu hoje ?

Dia cinco - um passo pra frente, pra trás ou em falso?

Ontem tive uma boa experiência. Um amigo agora é motorista do Uber e daí aproveitei o ensejo pra chegar em casa. Uau! Um carro muito confortável, bancos de couro, painel moderno, muito bonito, silencioso! Com câmbio automático, piloto automático. Cheguei em casa rapidamente e muito satisfeita. Ele não me deixou dirigir um pouquinho como eu pedi ( ou quase implorei pq eu queria muito muito muito mesmo ) mas eu curti até aquele detalhe feminino do espelho com leds no quebra sol... ah... tive uma paixonite naquele carro!

Meu amigo me deixou em uma via bem próxima da minha casa, porque de lá eu encontraria meu marido. E ele veio no meu carro... que não tem câmbio automático, nem mesmo leds no espelho... mas que funciona super bem e é, principalmente, - quitadamente - MEU. 

Coube pra mim aqui, uma reflexão. 

Meu querido carro não é como o do Uber, mas não precisa ser. 
Amo meu carro, tenho grande admiração pelo outro. No fim do dia, o amor é que vence. rsrsrs

Vamos valorizar o que temos e lutar por dias melhores ?
Vamos reconhecer nossas conquistas e nos alegrar com elas ?
Que viver amargurado não tá com nada! rs 

---- Mãos dadas - Carlos Drummond de Andrade

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes,
a vida presente


quinta-feira, 2 de junho de 2016

Paradoxo empático-egoístico

Maravilhosa quinta feira! Que a chuva nos faça sorrir!

Dia quatro! Que dia fascinante!

Aprendi muito sobre empatia nos últimos dias! E foi uma mensagem tão impactante que bateu no meu peito como uma marreta!

E a empatia e a misericórdia são lindas e devem ser usadas sem moderação a todo momento.

Ter compaixão pelos infortúnios alheios é também um ato de algum egoísmo, sob certo ponto de vista. E foi isso que me impressionou.

Cheguei a conclusão de que há coisas que nunca poderemos obter das pessoas. Há expectativas que nunca poderão ser alcançadas. A gente acha que pode mudar o comportamento, influenciar hábitos, transformar nuances do caráter. Mas não pode.

Pensei que há desejos que são absolutamente pertinentes, mas posteriormente irrelevantes!

E daí se pensa que abrir mão dessas expectativas será negar a si mesmo um prazer, uma satisfação. SIM!
É isso mesmo! Se trata de valorizar outras características e qualidades excepcionais em detrimento de uma satisfação pessoal (e de preciosismo, talvez).

E agora, egoísta! Porque é interessante pensar que somos também avaliados, há expectativas sobre nós! E então... quando não formos capazes de alcançar essas expectativas, iremos desejar que o outro tenha misericórdia, certo??

Claro que não se faz uma coisa intencionando obter a outra. Mas aqui há uma ponderação, uma reflexão intensa... a empatia pode ser solução para muitos problemas do mundo, inclusive esse meu.

Eu quero a satisfação pessoal e egoísta tanto quanto qualquer um. Mas não quero que o outro tenha esse egoísmo natural com relação a mim. Empatia. Egoísmo. Paradoxal... mas, pelo menos pra mim, eficaz.
rs


Empatia: Capacidade de compreender o sentimento ou reação da outra pessoa imaginando-se nas mesmas circunstâncias. 
Lus.: Capacidade de se identificar com outra pessoa; faculdade de compreender emocionalmente outra pessoa.
De em+phatos(Gr)+ia(estado de alma)

quarta-feira, 1 de junho de 2016


Bom dia, que o dia anda bom e só vai melhorar!

Hoje é um dia especial e importante... o terceiro! Um dia vou parar de contar e não será mais um desafio pra mim. Minha mente aos poucos consegue se organizar e refletir. 

O que me motiva a continuar? A fé, acredito. Sempre recorro a fé quando não sei mais o que pensar. Os homens decidiram procurar as respostas em si mesmos e encontraram decepções, angústias, desejo pela morte... eu às vezes recorro a esses pensamentos, mas decidi deixá-los outra vez. 

Ainda não é absolutamente claro pra mim o que levou Paulo, fariseu, estudioso, culto, a abrir mão de seus conceitos para se dedicar à fé.  Ir contra toda a cultura a que sempre esteve ligado para se contrapor ao movimento que foi ensinado a propagar.

Mas, mesmo sem entender, acredito que essa mudança drástica de fato foi encadeada por uma experiência sobrenatural, como a descrita na Bíblia, e que esse tipo de experiência move as pessoas desde os tempos bíblicos e até hoje. 

Compreender a correlação entre a experiência, a fé e a razão é importante para que se faça a diferenciação entre fé e filosofia. As experiências sobrenaturais, através da razão, se tornam divinas, propositais ou providenciais pela fé depositada nelas. Sobre a fé e a filosofia... eu entendo que as crenças de modo geral intencionam responder à pergunta fundamental: qual o propósito para a existência? E a partir dessa resposta o medo, a culpa e a ganância podem ser ferramentas de manipulação e religiosidade e isso se vê a cada esquina por aí. A filosofia por outro lado, fornece as reflexões e perguntas, sem, necessariamente, saciar este desejo pela resposta áurea. 

É curioso perceber que o Evangelho em sua essência trata de Graça Divina. E diz que ela está disponível para além de conceitos de meritocracia (ou de culpa, medo e ganância). A graça diz que não há nada que se faça ou que se deixe de fazer para que Deus ame ou aja mais ou menos. Os frutos do espírito como a mansidão, a moderação, a paz, e o 'dar a outra face' não são absurdos ideológicos que movimentam a sociedade para privilegiar os fracos em lugar dos fortes; são preceitos de convívio social que estabelecem harmonia e amor no lugar de ódio e incompreensão. 

Então, resolvo-me: a fé e o Cristianismo são respostas plausíveis e palpáveis para mim. Agora, há outro problema. As estruturas de religião são falhas. Todas elas, ouso dizer. São feitas todas por homens, que, defeituosos, são incapazes de admitir os conceitos que encontram sem somar a eles seus próprios ideais, desejos e metas. É possível presumir que é válido não frequentar a igreja? Não. Porque admitir essa fé, é assumir a Bíblia e seus conceitos. Se vivemos em sociedade, é nela que temos que exercitar os princípios que ela ensina. 

Eu fiz uma escolha e agora devo seguir até o fim. Enxerguei que na minha igreja mesmo há princípios maravilhosos! Muitos dos membros nunca leram a doutrina que li, mas vivem-na porque são ensinados a decidir assim todos os dias. Senti orgulho de saber que não estou frequentando uma comunidade cristã baseada em outra coisa se não a graça. É possível ver nela mesmo muitos outros defeitos, mas também é possível ver além das entrelinhas e sorrir. 

Talvez meu comentário seja muito superficial. Não quero também convencer a ninguém. Mas... pouco a pouco vejo que posso decidir melhor, observar melhor... Decidir pela fé cada vez mais consciente de seu impacto sobre minha vida. 
E refletir que no meio de tantos caminhos, a Cruz pode ser de fato a resposta que sempre ouvi de meus pais... o Deus acima de todos os outros deuses.

Não uma questão de verdades absolutas ou de grandes respostas da humanidade... mas de fé. 
Simplesmente.